1/08/11, 17:20
Manifestantes são contra o aumento da passagem de ônibus de R$ 1,90 para R$ 2,10 e querem solução.
Última atualização - 20h45min
A Prefeitura de Teresina tem até 12h desta quinta-feira (1º) para dizer se revogará o decreto que aumentou a tarifa do transporte público de R$ 1,90 a R$ 2,10. Em reunião tensa na noite desta quarta-feira, no auditório do Ministério Público do Piauí, foi proposta a suspensão do reajuste até que seja concluída a auditoria nas planilhas que definem o valor da passagem de ônibus. Os protestos foram suspensos, mas a mobilização recomeça às 9h de amanhã, com concentração ao meio-dia em frente ao Palácio da Cidade.
Fotos: Thiago Amaral/Cidadeverde.com

A reunião começou somente às 19h10 e terminou às 20h20. O procurador geral do Município, José Wilson Ferreira Júnior, e o secretário de Administração, José Fortes, representaram a Prefeitura. Pelo Ministério Público, participam os promotores Fernando Santos, Lourdes Júnior e Leida Diniz, esta última aplaudida pelos manifestantes durante sua chegada. A tenente-coronel Júlia Beatriz Almeida, do gerenciamento de crises da Polícia Militar, também ajudou na tentativa de acordo com 100 estudantes que lotaram o auditório do MP/PI. Do lado de fora, mais manifestantes esperavam o resultado do encontro para saber se iriam embora ou interditariam novamente a avenida Frei Serafim.



José Fortes e José Wilson Júnior queriam 3 dias para dar resposta
Inicialmente, José Fortes não apresentou proposta de redução da tarifa. Sua única proposta foi a implantação dos terminais de integração em tempo mais curto. Ele informou que a Prefeitura aguardava recursos do Programa de Aceleração de Crescimento - PAC - para iniciar as obras. No entanto, decidiu usar recursos próprios para realizar terminais de estrutura mais simples, que começariam a ser feitas dentro de um mês.
José Wilson Júnior acrescentou que os ônibus foram padronizados e a bilhetagem eletrônica foi ampliada já prevendo a integração do sistema de transporte público.



Movimentação dentro e fora do Ministério Público
O promotor Fernando Santos contestou o reajuste. "Várias receitas não são colocadas nas planilhas e custos são calculados de forma irregular. No ano passado e neste ano os dois aumentos foram acima da inflação. São irregulares. O prefeito deveria esperar o resultado da auditoria para decretar o aumento".
O estudante Teleno Bartolomeu ainda acrescentou. "Não temos como confiar na Prefeitura porque a promessa de integração já está completando 10 anos".
José Fortes explicou que foi contratada uma empresa de auditoria especial para verificar as planilhas de Teresina e que os promotores podem investigar como o trabalho está sendo feito. Sobre a revogação do decreto até o resultado da auditoria, o secretário pediu três dias para avaliar se isso seria possível e que até lá não fossem realizados mais protestos. Mas, os estudantes só aceitaram até 12h de quinta-feira. O motivo alegado pelos manifestantes foi a falta de garantias de que o decreto será revogado.



Clima tenso
Aplaudida ao entrar no auditório, a coronel Júlia Beatriz precisou conter os ânimos dos estudantes. Apenas 100 foram autorizados a entrar. Uma lista preliminar com 46 nomes interessados já havia sido formulada. Houve muita discussão entre representantes de movimentos políticos e populares e manifestantes sem vinculação com entidades para definir as outras 54 vagas.
Ontem, Júlia Beatriz Almeida foi vítima de um jato de spray de pimenta no rosto, supostamente disparado por um policial civil durante o segundo dia de protestos. A coronel informou ter ido a um oftalmologista, que a receitou um colírio, e relatou ter tido dificuldades para dormir. Ela promete ingressar com representação na corregedoria contra o policial.



Jordana Cury (especial para o Cidadeverde.com)
Fábio Lima (da Redação)
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