
Por Osvaldo Bertolino
"É mais um passo de um processo de recomposição do sindicalismo", afirma Renan Arrais, assessor jurídico da CTB. Segundo ele, a oficialização cumpre uma exigência dessa nova realidade da organização sindical brasileira. "A decisão de oficializar a CTB abre espaço para a central manifestar a sua concepção sindical numa condição mais elevada", explica Renan.
Para o presidente da central, Wagner Gomes, a oficialização da CTB consagra um espaço importante para o sindicalismo classista. "Com o reconhecimento das centrais sindicais, surge um novo cenário e a CTB tem agora um importante fórum para expor suas concepções", diz ele.
"As centrais, agora, só esperam sua regulamentação para acelerar o novo arranjo da organização sindica brasileira", explica Wagner Gomes. O presidente da CTB elogiou o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, e do secretário de Relações do Trabalho, Luiz Antônio Medeiros, pela condução do processo de oficialização da CTB.
Superação do neoliberalismo
Segundo o secretário de Política Sindical e Relações Institucionais, Joilson Cardoso, o Ministério do Trabalho tem demonstrado interesse em reconhecer formalmente as centrais. A conduta diante do pedido de oficialização da CTB foi uma demonstração desse compromisso.
"O ministro do Trabalho imprimiu uma nova dinâmica nesta área do governo e a CTB espera que com isso a legalização o reconhecimento das centrais ocorra de acordo com os interesses dos trabalhadores", diz Joilson Cardoso. "E agora, com a oficialização da CTB, temos um espaço privilegiado para manifestarmos este princípio da organização sindical, que para nós é sagrado", conclui.
João Batista Lemos, secretário adjunto de Relações Internacionais e um dos principais articuladores da criação da CTB, destaca que o oficialização da central abre nova perspectiva para o movimento sindical. "O sindicalismo vive ainda uma crise decorrente da derrota do socialismo, da reestruturação produtiva e da ofensiva neoliberal, que influenciou a subjetividade da classe trabalhadora. E a CTB ocupa um lugar central no desenvolvimento de iniciativa que visem à superação dessa fase para abrirmos clareira para a completa superação do neoliberalismo e criação de horizontes para a perspectiva socialista", explica Batista.
Esforço de filiação
Pascoal Carneiro, secretário-geral da CTB, destaca que a unidade do conjunto do movimento sindical brasileiro (não apenas da esquerda) é indispensável para derrotar a ofensiva neoliberal, que ainda persiste, e avançar na luta por um novo projeto de desenvolvimento nacional, fundado na soberania e na valorização do trabalho.
"Por isto, a unidade é um objetivo e um ideal do qual não devemos abrir mão. Pensamos que é possível alcançá-la e defendemos uma proposta concreta neste sentido, que é a realização de uma nova Conferência Nacional da Classe Trabalhadora (Conclat)", diz ele.
Pascoal explica que a Conclat seria um fórum importante para o debate de temas fundamentais da luta dos trabalhadores e eleger uma mesa coordenadora para encaminhar lutas unitárias em torno de bandeiras comuns - como um projeto de desenvolvimento, a redução de jornada, o salário mínimo, a defesa dos direitos, entre outras.
"Foi com este objetivo que criamos a CTB. E a sua oficialização é um marco importante para levarmos estas bandeiras à prática", diz ele. Pascoal finaliza conclamando toda a militância da CTB para um grande esforço de filiação de novas entidades sindicais.
Nos últimos dias, a central tem recebido adesões importantes. O 7º Congresso do Sindicato dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro, realizado em 25 e 26 de janeiro, aprovou a entrada da entidade na CTB, após a desfiliação da CUT. Caminho igual tomou a nova diretoria do Sinpro (Sindicato dos Professores) de Sorocaba, que iniciou a gestão filiando a entidade à central classista.
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