[Por Gizele Martins]
“TV pública”, debatida com a presença do jornalista Arthur Willian, da TV Brasil e colaborador do NPC, da jornalista Bia Barbosa, do Intervozes, e do jornalista Laurindo Leal Filho, também professor de Comunicação da USP e ouvidor-geral da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Uma das questões levantadas foi o atraso do Brasil neste assunto, já que outros países já cobraram do Estado este serviço público e já estão colocando em prática. A Telesul é um dos exemplos da América Latina.
Para Laurindo Leal Filho, o Brasil só conseguirá se contrapor à mídia hegemônica quando tiver uma TV pública, feita pela sociedade. “Teríamos que ter, pelo menos, três tipos de programação: uma que tente acompanhar o gosto da maior parte do povo brasileiro, com interatividade, mas que tenha um conteúdo crítico. A outra seria um canal 24 horas de notícia contrapondo a mídia hegemônica. A Telesul é um exemplo aqui na América Latina que deu certo. E a terceira seria um canal infantil, com uma programação feita especialmente para crianças e adolescentes”, disse.
Bia Barbosa lembrou que as crises em que muitas vezes as emissoras públicas educativas se encontraram fizeram com que muitas se transformassem em Organizações Sociais ou Fundações Públicas de Direito Privado. “Esta mudança permitiu que recebessem recursos oriundos de patrocínio e publicidade institucional. As demais formas de canais considerados do campo público (universitários, comunitários, legislativos) foram criadas no bojo da regulamentação do serviço de TV a Cabo (Lei 8977/1995). Porém estão restritos a quem tem condições de comprar o sinal de uma televisão a cabo”, concluiu.
A democracia só vai avançar quando existir um canal, uma mídia voltada para o povo, principalmente, quando se trata da TV, o veículo mais popular de todo o país. Mas, de acordo com o professor Laurindo, a sociedade precisa avançar neste debate, já que este é um assunto difícil e ainda fora da realidade do povo. “Passamos anos achando que este não é um tema que podemos discutir, fomos acostumados a isso. A população não tem ideia de que podemos fazer outro tipo de mídia, de programação. Só há poucos anos conseguimos fazer com que os movimentos sociais se interessassem por este assunto, mas ainda estamos sem conteúdo, sem preparo para encarar este desafio de frente”, finalizou o professor Laurindo.
Leia abaixo a resolução da Confecom:
PL 37: Instituir a figura do Operador Nacional de Rede Digital Pública a ser gerido pela EBC, cabendo a este operador propiciar as plataformas comuns de operação para todas as emissoras públicas de televisão.
PL 45: Garantir condições técnicas necessárias para que os sinais analógicos e digitais das emissoras públicas atinjam todos os municípios.
Mais informações nos sites:
Nenhum comentário:
Postar um comentário