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03/05/2010 |
O professor Macalé, que também é presidente do Sindicato dos Professores de Bauru e Região, reafirmou a importância em se tratar a educação com o respeito que ela merece. “Hoje em dia, a educação não é tratada mais como um instrumento de formação. Mas sim, como um produto a ser vendido”, destacou. Para ele é preciso alterar a visão da população e dos donos dos estabelecimentos de ensino. “Podemos conferir salas com mais de 70, 80 alunos. O que prejudica a qualidade de ensino e as condições de trabalhado do docente. Qual é o professor que consegue dar uma aula decente para uma sala com quase cem alunos?”, indagou ao destacar o papel que a coordenação pretende desempenhar na defesa dos direitos desses trabalhadores e por conseqüência da população. “Por isso criamos a coordenação da Educação, para traçar um diagnóstico da educação paulista, a partir de um estudo realizado pelo Conae (Conferência Nacional da Educação). Queremos descobrir em quais condições de trabalho esses trabalhadores e trabalhadoras na educação, professores e funcionários paulistanas, estão atuando. Como estão sendo tratados”, disse.
Ele revela que a finalidade é fazer um raio-X da categoria para que sejam traçadas a metas e objetivos para curto, médio e longo prazo. “O intenção é após termos todos esses dados, promovermos o Seminário dos Trabalhadores da Educação da CTB, onde debateremos esses diagnósticos e tiraremos as possíveis ações de combate”.
Outro ponto abordado foi em questão à formação de gestores. “São criados cursos de gestão que não servirão para nada. É preciso analisar onde esses conhecimentos serão aplicados. Porque a instituição oferece e coloca na sala diversos alunos. Ainda mais com a questão dos financiamentos governamentais. E quem fiscaliza isso?”, indagou ressaltou que é necessária e urgente a criação de um conselho de ética. “Existem diversas instituições que não estão quites com o governo, com tributos atrasados. Mesmo assim, conseguem a s isenções que os financiamentos estudantis dão direito. É preciso que seja exigida uma certidão negativa de débitos. Essa questão seria papel do conselho”. Preocupação da coordenação Organizar a categoria e pautar a qualificação desses trabalhadores é outro foco dos dirigentes que compõem a coordenação. Durante a entrevista, o professor Macalé deixou clara a preocupação com a criação de uma parceria entre professores e donos de estabelecimentos. “Precisamos mostrar a necessidade de trabalhador em conjunto. Quem sai ganhando é a população. Com docentes bem preparados, bem remunerados, os alunos conseguirão obter um instrumento formador e não apenas um certificado. E isso trará um conhecimento de qualidade para a instituição que só tem a ganhar”, salientou ao reforçar que os proprietários de escolas e faculdades não enxergam os professores como parceiros. “Eles os veem como meros informantes de conteúdos. Colocam o professor para ministrar uma aula para quase uma centena de alunos. Um professor com carga de 10h. Que tipo de qualidade ele vai oferecer... sem tempo para se qualificar, para preparar uma aula e se preparar também?”, questionou o dirigente. Diante desse cenário os membros da coordenação pretendem organizar a categoria nos municípios. Para fortalecer a unidade dos trabalhadores do setor. Papel das centrais Por isso, uma grande preocupação da CTB está nas condições de saúde da categoria, nas questões de convênio, de insalubridade, afastamento, doenças ocupacionais, entre outras. O objetivo dos dirigentes cetebistas é criar essa relação da coordenação com o trabalhador para traçar um diagnóstico, com o auxilio de um órgão que ratifique as condições de saúde dos trabalhadores e trabalhadoras do setor. Descaso Outra meta da coordenação é travar uma luta pela implantação de Planos de Cargos e Salários para escolas e instituições privadas de educação. Um bom exemplo desse descaso é a intransigência durante o fechamento das campanhas salariais dos trabalhadores do setor. Com data base em março, fecharam seus acordos apenas os trabalhadores e trabalhadoras do SESI/ Senai (reajuste de 6,5%); ensino infantil, médio e fundamental (reajuste de 5,5%). Já a categoria que compõem o ensino superior enfrenta a intransigência dos donos dos estabelecimentos, que oferecem o vergonhoso índice de 4,4%. “Essa atitude demonstra o descaso dos patrões, que não valorizam o trabalho dos empregados e docentes. Fato que gera uma insatisfação refletida na qualidade de ensino” frisou o professor descontente.
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