Todo o brasileiro tem direito a uma educação de qualidade, garante o Art. 205 da Constituição Federal. No Brasil, isso não acontece por falta de compromisso dos gestores públicos com a educação. Esse descompromisso se caracteriza por vários fatores existentes nas escolas: o baixo salário, a falta de estimulo para a docência, a falta de professores formados na sala de aula, a falta de qualificação – formação continuada, a existência nas escolas dos eternos professores substitutos sem qualificação adequada, falta estrutura como banheiros descentes, refeitórios e espaço para recreação e educação física, laboratórios de Ciências, Física e Informática, o envolvimento da escola com a comunidade e a falta da aplicação dos recursos da educação no seu devido lugar.
Esses e muitos outros fatores, sem dúvida nenhuma, corroboram para índices tão diferenciados nos estados brasileiros. A desigualdade social do Brasil é o retrato da educação que temos. E para ocorrer mudanças significativas no quadro da educação publica do país será necessário além de resolver os fatores acima citados, tem que haver uma revolução na política brasileira, ou seja, os governantes terão que pautar as suas administrações priorizando a educação, e a partir desta prioridade, pautar todas as políticas sociais dando maior ênfase para resolução dos problemas das populações carentes.
Visto que, não há registro na história que algum país adquiriu resultados positivos no processo de desenvolvimentos sem priorizar a educação, e essa prioridade esteve incluída a população carente.
No Brasil não pode ser diferente, o governo não pode se dar ao luxo de elaborar e efetivar políticas que beneficie somente os ricos, como a manutenção dos juros altos que enriquecem cada vez mais os mais ricos, deixando os pobres a ser enganados, com políticas assistencialistas, (bolsa família), visando apenas à manutenção da pobreza e estimulando a proliferação da violência.
Os resultados do IDEB 2009 nos mostra com muita clareza o tamanho da necessidade urgente que o Brasil tem de construir uma mobilização nacional em torno do desenvolvimento de uma educação de qualidade. As diferenças de índices dentro de cada Estado seja ele rico ou pobre, do sul ou do norte, mostra que a realidade da educação brasileira é uma só, ou seja, continuamos ainda engatinhando diante dos índices que rodeiam os países desenvolvidos.
O problema é que o Brasil quer ser desenvolvido sem desenvolver a educação. Esse desenvolvimento tão almejado e decantado pelos os políticos de plantão, nunca irá sair do discurso, se não houver uma reviravolta nos pensamentos e nas ações desses políticos que se acham detentores do poder no nosso país.
A hora é agora, o momento é esse de refletirmos e de tentarmos mudar um pouco a cara do nosso país. Mas como mudar? Se os candidatos que se propõem a nos representar continua sendo os mesmos? Essa é uma questão que só levando esses homens ao debate, estimulando-os às discussões, a debaterem os problemas da sociedade é que faremos e conseguiremos levar a debate a construção de políticas publicas voltada para a educação, que trará mudanças urgentes para a sociedade brasileira.
Prof. João Correia
Mestrando em Ciência da Educação e Política de Desenvolvimento
ULPT - Universidade Lusófona de Lisboa - Portugal