sábado, 31 de maio de 2008

GISELE SOARES AJUDA A DIVULGAR O PIAUÍ NO PIAUÍ SAMPA

O Piauí ganhou mais visibilidade no país depois que Gyselle Soares entrou na casa do "Big Brother Brasil 8" e enobreceu o nome do Estado com sua beleza, sotaque e personalidade forte. O potencial turístico da região, porém, ainda é bastante ofuscado pela popularidade de outros Estados do Nordeste que abrigam praias paradisíacas conhecidas internacionalmente.

Esquecido entre o Maranhão e o Ceará, o Piauí -que tem quase o mesmo tamanho do Estado de São Paulo- busca agora resolver seus problemas de falta de infra-estrutura de transporte e se atrela a pólos turísticos vizinhos para desenvolver definitivamente o turismo local. A falta de vôos comerciais diretos para a capital Teresina dificulta a ida de visitantes interessados em conhecer os atrativos piauienses.

Nos últimos anos, o governo do Estado, em parceria com o Sebrae-PI, tem ampliado o investimento em estrutura de transportes, além de promover eventos e criar roteiros especiais que valorizam a cultura e os patrimônios históricos milenares que vão das dunas aos sítios arqueológicos mais antigos do Brasil. "Nós queremos fazer o Brasil descobrir o Piauí e acabar com a imagem distorcida, de terra rachada do sol", diz o governador, Wellington Dias (PT). A recente criação da Secretaria de Turismo, a Setur, em 2007, também é um passo importante que faz parte desse esforço.

A feira PiauíSampa, que vai até domingo (1º/6) na capital paulista, pretende mostrar para os paulistanos um pouco da rica cultura, culinária à base de caranguejo e dos exóticos pratos capote, com galinha d'angola, e maria isabel, uma mistura de arroz com carne seca. Além da cajuína, uma bebida não alcoólica piauiense rica em vitaminas tradicionalíssima.

Apesar de ser o terceiro maior Estado da região, o Piauí é o que detém o menor litoral, com apenas 66 km, o que faz com que os atrativos concentrem-se principalmente no interior. Apesar de poucas praias, oferece condições naturais de quatro tipos de vegetação, rios e lagoas para a prática do turismo de aventura e do ecoturismo. Quem gosta do contato com inscrições rupestres ou passeios de bugue por dunas pode se surpreender com a variedade de opções que essa região proporciona.

Inaugurada oficialmente em 19 de março deste ano, com a criação da ADRS (Agência de Desenvolvimento Regional Sustentável), a Rota das Emoções é a nova aposta para atrair brasileiros e estrangeiros à região do Delta do Parnaíba. Apoiado no sucesso turístico da cearense Jericoacoara e nos Lençóis Maranhenses, a rota é uma combinação de três destinos no Nordeste.

Apesar de ser considerada "nova" pelo governo, segundo Walter Zaidan, da operadora Nascimento Turismo, o roteiro já é oferecido pela sua empresa há mais de quatro anos. "Agora só ganhou o nome e virou 'oficial'", diz. Procurado por famílias e ecoturistas, o combinado pode ser feito em partes. A rota completa tem a duração de 11 dias, em média, custa a partir de R$ 3.400 por pessoa e a época de maior procura é a partir do mês julho, quando as lagoas do Maranhão começam a encher.

Segundo Gilson Vasconcelos, coordenador da carteira de turismo do Sebrae-PI, o Delta do Parnaíba, rio que separa os Estados do Piauí e do Maranhão, que se divide em cinco canais e forma mais de 70 ilhas e lagoas, é um dos três principais pólos turísticos do Estado hoje. Os outros dois são o "origens", que abriga a Serra da Capivara, e o da capital, Teresina.

Sítios arqueológicos e ecoturismo

Um dos trunfos da região piauiense são as áreas de sítios arqueológicos milenares, que, inclusive, já contam com oferta hoteleira. O Parque Nacional Serra da Capivara, no sudeste do Estado, criado para proteger a área declarada Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco, e o Parque Nacional de Sete Cidades, que leva esse nome por ser dividido em sete regiões imaginárias, são dois patrimônios do Brasil de importância inigualável, mas que ainda pouca gente conhece.

Passeios que partem em direção ao litoral fazem bastante sucesso. Os principais destaques são Rota das Águas, que começa na capital, passa pelo Parque Nacional de Sete Cidades, pela cachoeira do Urubu e chega ao Delta do Parnaíba, e o Caminho das Pedras, que passa pelo Parque Nacional da Capivara e pelo município Pedro 2º.


Delta do Parnaíba, um dos pontos turísticos do Piauí, onde a ex-BBB Gyselle gostaria de posar para ensaio fotográfico
VEJA FOTOS DAS PRINCIPAIS ATRAÇÕES ECOTURÍSTICAS DO PIAUÍ- NO SITE UOL.COM.BR


Teresina, a única capital nordestina no interior

Terra natal da ex-BBB Gyselle e do poeta e jornalista Torquato Neto (1944-1972), a capital Teresina é a única do Nordeste que fica no interior do Estado, o que, segundo Gilson Vasconcelos, do Sebrae-PI, prejudica a vinda de turistas. A concorrência é grande, já que a região tem úma grande oferta de praias belíssimas.

Em 2007, a capital piauiense recebeu cerca de 415 mil turistas e teve um grande crescimento em relação ao ano anterior. Comparado com os vizinhos Ceará e Rio Grande do Norte, cada um com cerca de 2 milhões de visitantes em 2007, ainda são pouco expressivos os números do Piauí. A capital fica a cerca de 350 km da litorânea Parnaíba, umas das maiores apostas do turismo no Estado.

Investimentos em turismo

Segundo dados anunciados pelo governador do Piauí, o governo federal irá destinar até 2010 cerca de R$ 8 bilhões, previstos pelo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), para investimentos em infra-estrutura que certamente refletirão no turismo. De olho no viajante estrangeiro, principalmente da Europa, já tiveram início as obras de ampliação do aeroporto de Teresina e do aeroporto Internacional Prefeito Dr.João da Silva Filho, em Parnaíba, e a construção de outro aeroporto internacional, no município de São Raimundo Nonato. "Buscamos atrair grandes cadeias hoteleiras e queremos que o Piauí seja a segunda residência de portugueses, italianos e espanhóis", diz o governador.

Nesse caminho, outro passo importante foi a criação recente do curso de turismo na Universidade Federal do Piauí. E foi desenvolvido ainda o projeto Escola-família-turismo, que visa capacitar jovens interessados a trabalhar no setor. Já para estimular as viagens dentro do próprio Estado, o governo lançou este mês o Viaja Piauí com o slogan "Embarque nessa!", um programa destinado a promover o turismo interno piauiense, cujos principais beneficiados são funcionários públicos.

Piauí Sampa 2008

A Piauí Sampa - A Terra do Sol na Terra da Garoa, que está em sua quarta edição, expõe produtos e costumes dos vários setores da economia piauiense. Cestos de tamboa, arte santeira em madeira -o Piauí tem cerca de 150 mestres que produzem esses objetos-, cajucultura, apicultura, renda de bilro e cerâmica estão expostas no espaço Átrio Azul do shopping Eldorado (av. Rebouças, 3.970, térreo, Pinheiros) até domingo, dia 1º (de ter. a sáb., das 10h às 22h; dom., das 14h às 20h).

O evento também conta com festival gastronômico, que inclui aula-show aberta com os chefs Carlos Ribeiro e Michaela Fonseca para apresentar os sabores do Estado na paulistana Viandier Casa de Gastronomia. A inscrição pode ser feita pelo telefone: (11) 3887-2943. O valor por pessoa é de R$ 20. Mais informações podem ser obtidas no blog do evento.

A ex-BBB Gyselle esteve na abertura da feira, na última segunda-feira, ajudando seus conterrâneos a divulgar a Terrinha. Contou que é de Teresina e que viveu na cidade até os 18 anos. Se diz orgulhosa de sua terra natal e conta que tem vontade de fazer um ensaio fotográfico no Delta do Parnaíba, no litoral. "Se uma revista quiser fazer um ensaio comigo, eu vou tentar sugerir que o cenário seja o Delta, uma das belezas da minha terra". Gyselle visita o Piauí cerca duas vezes por mês para visitar a família e os amigos.

As atuais falhas de infra-estrutura podem ser uma boa notícia para quem procura se aventurar por terras tranqüilas e pouco exploradas e por culturas ainda pouco contaminadas pela globalização. Para esses talvez seja uma boa hora para visitar o Piauí, antes que o programa de atrair grandes redes hoteleiras e visitantes europeus se concretize. Para aqueles que não abrem mão da comodidade e não se importam em dividir o espaço, vale a pena esperar, pois mais um grande pólo turístico nacional pode estar nascendo.

QUEM LEVA

Ambiental Turismo
www.ambiental.tur.br

Nascimento Turismo
www.nascimento.com.br

RECEPTIVOS NO PIAUÍ

Eco Adventure Tour
www.ecoadventure.tur.br

Natur Turismo
www.naturturismo.com.br

Morais Brito Viagens e Turismo
www.deltadoparnaiba.com.br

sexta-feira, 30 de maio de 2008

OS TRABALHADORES EM EDUCAÇÃO DA ZONA NORTE DE TERESINA SE MANTEM FIRME NA GREVE

Caminhada nas ruas do Poty Velho


manifestação na Praça do Poty Velho

NESTA SEXTA PELA MANHÃ OS TRABALHADORES EM EDUCAÇÃO JUNTAMENTE COM O CAMANDO DE GREVE DA ZONA NORTE REALIZARAM UMA GRANDE MANIFESTAÇÃO E CAMINHADA EM DEFESA DA EDUCAÇÃO PÚBLICA DE QUALIDADE E SALÁRIOS DIGNO NA REGIÃO DO POTY VELHO . A MANIFESTAÇÃO REALIZADO FOI COM O INTUITO DE SENSIBILIZAR O GOVERNO PARA QUE ELLE VENHA ABRIR UM CANAL DE NEGOCIAÇÃO COM O SINDICATO PARA QUE POSSAMOS TER ALGUMAS MUDANÇAS NA EDUCAÇÃO DO PIAUÍ. O COMANDO DE GREVE E TODOS QUE PARTICIPARAM DA MANIFESTAÇÃO FORAM UNANIMES EM INFORMAR QUE A GREVE CONTINUA FORTE, PRINCIPALMENTE NA ZONA NORTE DE TERESINA COM MAIS DE 90% DAS ESCOLAS PARADAS.

quarta-feira, 28 de maio de 2008

ILEGALIDADE DA GREVE

Os trabalhadores em educação do Piauí receberam com muita indignação a decretação da ilegalidade da greve da categoria. A direção do SINTE-PI informou que vai recorrer da decisão, pois entende que cumpriu todos os prazos para deflagração do movimento. As reivindicações da categoria foram entregues ao governo dia 14 de março; foi publicado edital como manda a lei para convocação da Assembléia Geral da educação que decidiu pela greve; a decisão da greve foi comunicada ao Governo e por último a greve foi decretada dia 12 de maio e deflagrada dia 15. Portando não há nenhuma irregularidade. A presidenta do SINTE-PI, Odeni de Jesus da Silva disse que na greve da educação há um distanciamento do Governo que até hoje não demonstrou nenhum interesse em negociar com a educação. “ Tentamos a todo custo avançar e procuramos o Governo para negociar mas até hoje ele não apresentou nenhuma contraproposta.” Afirmou Odeni. Os trabalhadores em educação estão em greve há 12 dias. Eles reivindicam aumento salarial de 34 % , estrutura para escolas e valorização profissional. Nesta quinta-feira, 29 de maio eles realizam Assembléia Geral, às 9 horas, em frente ao Palácio de Karnak. A greve na educação continua firme e forte Fonte - Ascom SINTE

CTB participa de grandes manifestações unitárias na cidade de São Paulo

 Durante toda a manhã de quarta-feira (28), a cidade de São Paulo presenciou manifestações e atos políticos das centrais sindicais, que promoveram o “Dia Nacional de Lutas e Mobilizações”. Logo de manhã, a partir das 7hs, trabalhadores da construção civil, metalúrgicos, comerciários e costureiras começaram a chegar à ponte Octavio Frias de Oliveira, na marginal do rio Pinheiros, inaugurada no último dia 11.

O belíssimo conjunto arquitetônico da obra realçou a bela manifestação de trabalhadores, que ocupou diferentes espaços da gigantesca ponte. No final da manifestação, a multidão se concentrou no centro da ponte para o ato político, com a presença de presidentes e representantes das centrais sindicias. O primeiro a se manifestar foi o presidente da CTB, Wagner Gomes.

Ele saudou os trabalhadores, ressaltou as bandeiras unitárias das centrais — redução da jornada de trabalho sem redução de salário e ratificação das convenções 151 e 158 da OIT — e prestou solidariedade ao presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, que vem sofrendo um cerco da mídia num momento em que o movimento sindical desenvolve ações conjuntas e garante importantes conquistas para os trabalhadores.

Práticas anti-sindicais

A intervenção do presidente da CTB deu o tom do ato político. Os demais representes das centrais intervieram saudando a disposição de luta dos trabalhadores e reforçando a solidariedade ao Paulinho. Os trabalhadores, sempre atentos ao discursos, aplaudiam e manifestavam concordância com as intervenções. “Estamos lutando por nossos direitos e por isso os patrões estão acusando o Paulinho”, disse Odemir Nascimento, operário da construção civil. Outros que estavam à sua volta, quando perguntados se concordavam com aquele diagnóstico disseram que sim.

Mal terminou o ato na ponte Octávio Frias de Oliveira, outra manifestação começava na Praça Ramos de Azevedo, centro da cidade. Após um rápido ato político nas escadarias do teatro municipal, a manifestação dirigiu-se à porta da loja C&A, uma das empresas que mais exploram os trabalhadores que mais têm práticas anti-sindicais, ao lado da Wal-Mart — segundo o presidente da UGT e dos Sindicato dos Comerciários de São Paulo, Ricardo Patah. Pela CTB, falou o vice-presidente, Nivaldo Santana.

Grito de alerta

Segundo ele, o dia 28 de maio traçou os rumos estratégicos do sindicalismo brasileiro. “A unidade das centrais constitui uma questão de fundamental importância para avançar nas conquistas e assegurar os direitos dos trabalhadores”, disse ele. “Esta campanha passa pela mobilização dos sindicatos, pelos milhões de trabalhadores que assinaram o abaixo-assinado em apoio à campanha pela redução da jornada sem redução de salário, e serve de alerta para o Congresso de que se estas medidas não forem apriovadas outras formas de lutas mais radicalizadas podem ser adotadas”, afirmou.

Segundo Nivaldo Santana, os trabalhadores deixaram um grito de alerta de que querem o desenvolvimento do país com valorização do trabalho. “Hoje, a voz das ruas, das fábricas e do campo mostrou que os trabalhadores estão unidos e deram uma demonstração histórica de que não abrem mãos de lutar por um futuro do país com mais dignidade e justiça social”, destacou. Para o vice-presidente da CTB, a redução da jornada de trabalho tem de estar na agenda de todos os sindicatos.

No começo da tarde, os trabalhadores fecharam totalmente o terminal de ônibus Parque Dom Pedro II, no centro de São Paulo. Também no ABC paulista a CUT mobilizou milhares em passeatas e realizou uma assembléia conjunta no pátio da Ford. Segundo os organizadores da manifestação, 25 mil trabalhadores se reuniram na região do Grande ABC.

Dia histórico

Uma semana de panfletagem na porta das fábricas precedeu as mobilizações. O presidente nacional da CUT, Artur Henrique, destacou o papel solidário dos metalúrgicos do ABC, que em sua maioria já cumprem jornada de 40 horas semanais ou menos e que também já têm em suas convenções coletivas mecanismos semelhantes à Convenção 158 contra as demissões sem justa causa.

Wagner Gomes avaliou as manifestações como altamente positivas. “Esta data entrou para a história da luta dos trabalhadores brasileiros como um dia histórico”, disse ele. Para o presidente da CTB, a construção da unidade das centrais deu mais um importante passo e mostrou que o movimento sindical, quando atua unido, mostra o seu vigor. “Em todas as manifestações, predominou o espírito unitário e a vontade de avançar ainda mais nesta nova etapa de lutas e conquistas dos trabalhadores”, ressaltou.

segunda-feira, 26 de maio de 2008

A desilusão de um professor – Por: Prof. Diogo Tobias Filho* 25/5/2008 - Prof. Diogo Tobias Filho


Falando sério, estou pensando em abandonar a carreira de professor. Já não o fiz porque me faltam alternativas profissionais para a sobrevivência. Acho que o mercado me rejeita por já ter ultrapassado os 40. Cansei de ouvir ditos demagógicos tipo “professor deveria ganhar bem” ou “minha profissão é sacerdócio”, até porque nunca senti ínfima vontade de enveredar pelo caminho religioso no meio de meia dúzia de moleques baderneiros, que estando na escola, alivia o suplício dos pais.

Há outros agravantes. Não mais suporto ministrar minhas aulas em escola pública, simplesmente porque elas não evoluem sem investimentos. Giz, quadro de cimento, carteiras remendadas, água da Caerd, exclusão digital e aqueles cadernos e apostilas do governo Cassol, pura propaganda política de quem é o símbolo da mediocridade na educação dentre os últimos governadores de Rondônia. A escola atual está parada no tempo e pela estrutura arcaica, beira aí duzentos anos de existência.

Admito que tenho de cortar na própria carne. Estou desiludido com tudo: o salário é ruim, as condições de trabalho deixam a desejar, o sistema de ensino é o mesmo, sempre protegendo quem consegue se imiscuir na famosa “panelinha”, cobrando excessivamente dos que realmente trabalham e nunca são valorizados. Antigamente havia número maior de profissionais dedicados, formados na própria área de atuação, enquanto hoje, chove de cursos superiores de qualidade duvidosa, virtuais, privados, prohacap, provendo de “canudos” alguns colegas cuja capacidade deixa a desejar.

Mas fazer o quê? Pagando esse provento não é de se esperar que tenhamos mestres e doutores lecionando no ensino fundamental e médio, exceto os defensores de teses nos cafundós do Paraguai. Resta-me bater papo com gente de toda espécie, advogado, contador, engenheiro, enfermeira, veterinário, etc. todos sem o menor preparo para trabalhar em sala de aula.

Como minha remuneração mensal é inferior até a do vendedor de espetinho, decidi ter a gesta, a desrazão de desaprender tudo que estudei, procurar usar a língua brejeira, recheada de “pobrema”, “menas”, “punhar”, “a gente fomos”, e outros erros crassos, popularescos, como o insuportável “seje” estourando meus tímpanos. Depois de passar a vida lendo Aristóteles, Plotino, Kafka, Machado de Assis e outros, anseio por ser realmente um zé-ninguém, aquele capadócio anônimo no ventre da arraia-miúda.

Certamente, terei mais chance de ser Presidente do Brasil ou, na pior das hipóteses, Governador de Rondônia.

*O autor é Professor de Filosofia em Ji-Paraná ( digtobfilho@hotmail.com )

TRABALHADORES EM EDUCAÇÃO DO PIAUÍ CONTINUAM EM GREVE



Em protesto, professores fazem enterro simbólico do governador
e secretários

Os grevistas ameaçam ficar “plantados” em frente o Karnak, até
serem atendidos pelo governador.

Os professores, pais de alunos, estudantes e servidores da Secretaria
de Educação estão na porta do Palácio de Karnak em mais uma
manifestação para
pedir audiência com o governador e simbolizaram o enterro de
Wellington Dias e dos
secretários de Educação, Antônio José Medeiros e de Administração,
Regina Sousa.
Faixas, cartazes e caixões simbólicos são utilizados pelos
manifestantes.
Fotos: Conceição Santos/Cidadeverde.com

A presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação

(Sinte), Odenir de Jesus, disse é um protesto de indignação dos

professores, porque eles não aceitam a discriminação que eles

estão sofrendo, já que o governo negociou com todas as categorias,

menos com eles.

Os grevistas estão ameaçando ficarem “plantados” em

frente à sede do governo, até serem atendidos pelo governador

Wellington Dias.

A professora Ana Lucia Estrela, da unidade escolar Cláudio

Ferreira, denuncia que um funcionário da secretaria de

educação uma relação com os nomes dos professores

e funcionários que estão participando da greve e disse

que os pontos estão sendo cortados.

Miguel Freitas, professor da escola João Clímaco, fez
comparação com seus contra-cheques do Piauí e Maranhão.
O docente tem carga
horária de 20 horas nos dois Estados, no Piauí R$ 478,00 e no
Maranhão $ 1.192,00.

O Sindicato disse que vai entrar com uma ação no Tribunal de

Justiça (TJ) para cumprir a Constituição Estadual que diz

que 30% das receitas do Estado devem ser investidos na Educação.


Flash de Conceição Santos
Redação Caroline Oliveira
redacao@cidadeverde.com

quinta-feira, 22 de maio de 2008

GOVERNO COLOCA POLÍCIA PARA SEGUIR TRABALHADORES EM EDUCAÇÃO NA REGIÃO DO GRANDE DIRCEU



O comando de greve do SINTE-PI reuniu-se hoje na região do Grande Dirceu (bairros Dirceu I e Dirceu II) para realizarem uma passeata, com o objetivo de chamar a atenção da sociedade para a importância do movimento grevista da categoria.

Seria mais um ato democrático de livre-expressão, se o governo não tivesse colocado agentes da polícia para seguirem os trabalhadores em educação. O objetivo era que fosse realizada uma passeata em frente às escolas do bairro, com uma aula pública na Praça dos Correios.

Segundo os membros do comando de greve, após a aula pública iniciou-se uma nova passeata pela Avenida Principal do Dirceu, com o intuito de dirigirem-se todos os participantes até a sede da Regional Administrativa Sudeste, onde estava acontecendo uma reunião com representantes da SEDUC, Diretores e Coordenadores das escolas. Em todo o percurso, o comando de greve foi seguido por policiais do RONE e do 8º Batalhão de Polícia Militar.

“A caminhada foi boa e bem participativa”, diz Remédios Silva, vice-presidente do SINTE-PI. Ela afirma que o comando de greve conseguiu chamar a atenção da população do Grande Dirceu, que demonstrou solidariedade através das suas manifestações de apoio. Agora o comando de greve se reúne para preparar novas estratégias na luta por uma educação de qualidade.

ASCOM SINTE-PI

Governo Lula e o "selo verde": nada além de marketing?

19/05/2008

g1.globo.com

Em sua edição desta semana, a revista Veja publicou uma matéria em que questiona o verdadeiro papel da ex-ministra Marina Silva enquanto esteve à frente da pasta de Meio Ambiente no governo Lula.

De acordo com a matéria, Marina Silva não teria passado de uma marionete, "uma peça de marketing exibida pelo governo Lula para mostrar uma suposta vocação ambientalista". Embora tenha sido extremamente ativa como defensora de preservação da Floresta Amazônica antes de aceitar o cargo oferecido por Lula -- mostrando "excelente trânsito entre as ONGs mais barulhentas do planeta" -- como ministra, não teve essa força. Pelo contrário, a revista revela que a ambientalista mostrou dificuldades em lidar com a burocracia do governo e com a pressão dos avanços do desenvolvimento.

Para a revista, Marina Silva não soube resolver a equação que envolvia crescimento econômico e proteção ambiental, principalmente na região amazônica, a qual preferia defender a todo custo a ceder em alguns pontos pelo bem do desenvolvimento da economia. Desde o primeiro mandato a ex-ministra do Meio Ambiente travava uma constante queda-de-braço com a então ministra de Minas e Energia Dilma Rousseff no que se refere a concessões de licenças ambientais para a construção de hidrelétricas. Segundo Dilma, Marina era um obstáculo para o crescimento do país.

Para substituir Marina Silva, o presidente Lula escolheu outro político com "selo verde": Carlos Minc. O secretário de Meio Ambiente do Rio de Janeiro tem vasta experiência como ambientalista e renome internacional na área. Apesar de militante pela causa ambiental, Minc é conhecido também por ter um comportamento menos radical em relação às políticas de desenvolvimento. Nos últimos 17 meses em que ocupou o cargo no Rio, por exemplo, emitiu "licenças para obras complexas e delicadas sob o ponto de vista ambiental, como um pólo petroquímico de 8,4 bilhões de dólares que a Petrobras vai construir próximo a um manguezal e um arco rodoviário de 146 quilômetros que atravessa uma reserva florestal", segundo Veja.

Enquanto Marina Silva lutou para evitar que a construção de estradas, a mineração, a geração de energia elétrica e a agricultura pudessem agir negativamente sobre o meio ambiente, não se sabe se Carlos Minc fará o mesmo.

Diante dessa "dança das cadeiras" no ministério do Meio Ambiente, você acredita que o presidente Lula está realmente disposto a salvar a Amazônia da devastação?

terça-feira, 20 de maio de 2008

SINTE-PI considera arrogante e autoritária a posição do governo




Os trabalhadores em educação do Piauí decretaram greve por tempo indeterminado dia 15 de maio de 2008. A decisão foi tomada em Assembléia Geral da categoria realizada dia 12 de maio. A luta é por salário justo e uma educação de qualidade. Mas o Governo demonstra claramente que não tem compromisso e nem prioriza a educação. Para se ter uma idéia na reunião desta terça-feira, 20 de maio o governo não alterou em nada o percentual de aumento mantendo os míseros 5,5% de reajuste. Pior!!!unificou o valor da regência do professor classe A e B; da classe SL e SE bem como a SM e SD.

Lamentamos a postura arrogante e autoritária do Governo do Estado em tentar jogar a sociedade contra quem de fato faz a educação no Piauí. Mas nós sabemos que se a educação não vai bem é por que os recursos, de 30% destinados ao setor não estão sendo aplicados. É por isso que o SINTE-PI vai ajuizar no Tribunal de Justiça uma ação de inconstitucionalidade contra a resolução do TCE para obrigar Estado e municípios do Piauí a cumprir a Constituição Estadual que determina investimento mínimo de 30% na educação pública.
Então vamos reverter o quadro e, mostra quem de fato têm compromisso com a educação. Vamos procurar sensibilizar pais e alunos da real situação dos professores e funcionários para ganharmos essa batalha. Não podemos ficar uns contra os outros e, esse é o momento para reflexão e unidade na luta. O direcionamento do nosso movimento depende de cada um de nós. Vamos todos à Assembléia Geral, dia 26 de maio, às 9 horas, em frente ao Palácio de Karnak. A unidade da categoria depende da participação de todos.
Após anunciar que irá cortar o ponto dos professores de educação básica e da Universidade Estadual do Piauí (Uespi), que estão em greve, o governador do Piauí, Wellington Dias anunciou que não haverá negociação enquanto o movimento não for desfeito. Segundo o governador, a decisão é irreversível.

Para Wellington, a medida é em respeito aos estudantes, que não podem ficar sem aulas. Já os professores exigem que sejam retomadas as negociações para que as greves possam ser finalizadas.

Em relação às negociações com a Universidade Estadual, o governador negou ter apresentado à imprensa a proposta de R$ 1,4 mil para professores de 20h, pois professores 20h são exceções, e ainda afirmou que o correto seria contratar professor de 40h, pois é o que a Uespi precisa.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Salário de professor do Piauí é o 3º pior do Brasil
A informação foi divulgada durante ato público realizado pelo Sinte no Pálacio de Karnak.

Segundo uma pesquisa da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação que está sendo divulgada durante o ato público dos professores do Estado no Palácio de Karnak, destaca que o Piauí é o terceiro Estado brasileiro que paga a menor hora aula aos professores.
Fotos: Yala Sena/Cidadeverde.com

Professores divulgaram pesquisa durante manifestação

De acordo com a pesquisa, a hora-aula no Piauí equivale a R$ 4,62, perdendo apenas para Pernambuco que é de R$ 3,03 e para o Ceará que é de R$ 4,46.

O diretor de comunicação do Sinte (Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Piauí), João Correia afirma que o Acre é o Estado que melhor paga. “São R$ 13,16 por hora aula e não é só isso. As regências (gratificações), são de 130%, enquanto no Piauí não chega a 40%”, explicou João Correia.

No Acre, o menor salário do professor é de R$ 2.300 e no Piauí, R$ 420,00. A paralisação está contando ainda com o apoio de alunos e pais alunos que reivindicam melhorias estruturais nas escolas.

Categoria fez ato público em frente ao Palácio de Karnak

Segundo Odeni de Jesus, presidente do Sinte, ainda não foi aberta outra mesa de negociação com o governo, mas o sindicato aguarda uma posição do governador Wellington Dias e acrescentou também que a maioria das escolas está parada na capital e no interior.

Para o secretário Estadual de Fazenda, Antônio Neto, esse governo foi o que mais estruturou os salários dos servidores públicos estaduais, legalizando através do plano de cargos e salários, reestruturando as carreiras, criando promoções, colocando em dia o pagamento dos salários e o aumento que os professores pedem não será possível, pois o governo só pode fazer reajuste com base na inflação.

“Por mais que queiramos resolver, é preciso olhar com cuidado e cautela pois é ano eleitoral. Também não podemos afetar o equilíbrio das contas do Estado que foi conquistado duramente”, frisou Antônio Neto, acrescentando que em ano eleitoral essas mobilizações são comuns. “Os sindicatos estão fazendo o papel deles, mas o governo tem a lei de responsabilidade fiscal para cumprir”, finalizou o secretário.

Flash de Caroline Oliveira (do Palácio de Karnak)
Redação de Conceição Santos
redacao@cidadeverde.com
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Matéria Publicada em 15/05/08, 11:51

quarta-feira, 14 de maio de 2008

ÉPOCA REVELA CENÁRIO DO ENSINO PÚBLICO E SITUAÇÃO DE EDUCADORES



PDF

A revista Época (Edição 517, 11/04/08) em sua matéria ‘O que faz um professor’ oferece aos profissionais de educação do país e à sociedade em geral uma ampla análise da situação dos professores da rede de ensino pública. Revela um perfil inédito do professor no Brasil a partir dos dados do EducaCenso, o novo censo da educação, ao qual a revista teve acesso com exclusividade e mostra que dois em cada dez professores trabalham em mais de uma escola. E que 36% deles dão aula em mais de um turno (manhã, tarde ou noite).

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O que faz um bom professor

Depois de 22 anos ensinando inglês na rede estadual de São Paulo, a professora Cristina Campos trocou as salas de aula por uma biblioteca pouco freqüentada. Dentro da escola onde lecionava, conta as horas entre livros que não saem das prateleiras. Ela fez faculdade de Letras e Pedagogia e estudou nos Estados Unidos por um ano. Cristina lembra que, quando era professora, assinava revistas estrangeiras e gravava fitas para os alunos ouvir em aula. “Mas não importa o esforço, o salário não muda. Em algumas classes não tinha nem tomada para o meu gravador”, afirma. “Desisti. Agora, espero o tempo passar para me aposentar.”

Em outra escola da rede paulista, há 25 anos a professora de Português Silvia dos Santos Melo corre de uma sala para outra para dar conta de cada aluno de suas dez turmas de ensino médio. Para o que não ouve direito, ela fala mais alto. Para o que está deprimido, traz um poema. Para o que passa a aula rabiscando o caderno, organiza um campeonato de desenho. “Eu faço tudo para conquistar meus alunos. Não desisto de nenhum.” Sem que ninguém peça, Silvia elabora novos projetos para sua aula e para a escola, como uma radionovela feita pelos alunos para exercitar estilos de linguagem. É uma das professoras que menos faltam. Há oito anos operou um câncer de mama. Continuou dando aula durante a quimioterapia.

Dos professores da 5ª série ao ensino médio, 11% acumulam mais de dez turmas Cristina e Silvia são dois extremos. Histórias como a de Silvia costumam ser citadas como exemplo. O ideal em que os outros devem se espelhar. Mas são poucos os profissionais que conseguem superar os obstáculos que fizeram Cristina desistir: salário baixo, falta de estrutura, excesso de alunos. Esperar pela aposentadoria acaba sendo o destino de muitos como ela, qualificados e com experiência.

Um desperdício

Os índices de educação de um país estão diretamente relacionados a seus professores. Estudos mostram que, depois do perfil socioeconômico do aluno, o professor é o fator mais relevante para o aprendizado. Um deles é do estatístico americano William Sanders, da Universidade da Carolina do Norte. Ele desenvolveu um método que mede a contribuição de cada professor ao aprendizado da turma. Concluiu que as notas de alunos com o mesmo perfil podem variar dependendo do professor com quem estudam. “Os efeitos do mau ensino são mensuráveis até dois anos mais tarde, independentemente da boa qualidade dos outros professores”, escreveu. “Entre as variáveis da escola que influenciam o desempenho do aluno, a formação do professor é um dos fatores mais importantes”, afirma Reynaldo Fernandes, presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), ligado ao Ministério da Educação (MEC). Mas como identificar os bons e maus profissionais? Qual é a melhor maneira de investir neles para garantir o desenvolvimento das futuras gerações?

Um perfil inédito do professor no Brasil ajuda a responder a essas perguntas. São os dados do EducaCenso, o novo censo da educação, ao qual ÉPOCA teve acesso com exclusividade. Pela primeira vez, o Inep colheu informações sobre cada professor, da creche ao final do ensino médio. O cruzamento dos dados revelou que dois em cada dez professores trabalham em mais de uma escola. E que 36% deles dão aula em mais de um turno (manhã, tarde ou noite). A conseqüência do trabalho dobrado é que, enquanto vai de uma escola para outra, o professor sacrifica o tempo para planejar a aula e corrigir trabalhos. O problema é agravado pelo excesso de alunos. Um em cada dez professores da 5ª série ao ensino médio dá aula para mais de dez turmas por semana. São cerca de 400 alunos por professor. “O excesso de alunos pode prejudicar a aula. O professor não consegue pedir redação. Prova, só se for de múltipla escolha”, afirma José Marcelino de Rezende Pinto, professor de Política e Gestão Educacional na Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto.

A formação do professor é a segunda carência apontada pelo censo. Entre profissionais do ensino fundamental e médio, 17% não têm a escolaridade mínima exigida para dar aula. São alfabetizadores que não completaram o ensino médio e professores de Física ou História que nunca foram à faculdade. O cenário não é muito diferente nas escolas privadas, nas quais 27% dos professores não têm ensino superior. Na rede pública, o índice é de 30%.


Melhorar a educação é uma tarefa complexa. O último resultado do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) revelou que o aluno médio brasileiro termina a 4ª série sem dominar as quatro operações matemáticas básicas: somar, subtrair, multiplicar e dividir. E que chega ao ensino médio incapaz de interpretar um texto. No Programa Internacional de Avaliação de Alunos, que avaliou 57 países, o Brasil ficou em 53º lugar em Matemática, 52º em Ciências e 48º em leitura. “Há uma constante entre os países que conseguem os melhores resultados em educação: investimento na formação, valorização e respeito ao s professor”, afirma Hendrick van der Pol, diretor do instituto de estatísticas da Unesco.

Nenhum país pode depender de heróis como Silvia. Nem se dar ao luxo de perder profissionais qualificados e com experiência como Cristina. “Para ser professor hoje, mais que talento e disposição, é preciso altruísmo e coragem”, afirma Daniel Cara, coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação. “Precisamos avançar do modelo de professores-heróis para o do profissionalismo.” Quais são os passos desse desafio?

1. Oferecer boa formação
A formação do professor no ensino superior é condição essencial. Um estudo feito em 25 países pela empresa de consultoria de gestão McKinsey revelou que os dez melhores sistemas de ensino do mundo exigem treinamento específico de seus professores. Um estudo internacional, que compara 79 países, destacou Cingapura como o melhor desempenho. O país seleciona seus professores entre os 30% formandos de melhores notas nas faculdades. Entre eles, ainda há testes para checar o conhecimento e entrevistas para avaliar o comprometimento. Só um em cada seis é contratado.

Uma seleção tão rigorosa está distante da realidade no Brasil. Aqui, muitos não cumprem nem a formação mínima para dar aula. Para ser professor a partir da 5ª série, é preciso curso superior e uma licenciatura em faculdade de Educação. Hoje, 23% dos professores dessas séries não cumprem o requisito. Para dar aula da 1ª à 4ª série, o diploma universitário não é obrigatório, mas especialistas argumentam que deveria ser. “É fundamental que esses professores passem pela faculdade, as séries iniciais são a base do desenvolvimento do aluno”, diz Roxane Rojo, professora do Instituto de Estudos da Linguagem da Universidade Estadual de Campinas. É nessa fase que a criança aprende a organizar a linguagem e fazer os cálculos matemáticos básicos, que vai usar em todas as disciplinas no futuro.

Para incentivar seus professores a ir à faculdade, o Estado do Tocantins estabeleceu uma contrapartida salarial. Quem tem diploma universitário ganha a partir de R$ 2.020. É 130% a mais do que a base de R$ 877 de quem fez apenas o curso normal (antigo magistério). Em parceria com universidades, o Estado ofereceu cursos durante as férias escolares. Hoje 92% dos professores da rede têm curso superior completo. A professora Neuseny Carvalho foi uma das que trocaram oito férias escolares pelo diploma. Depois de dez anos ensinando Cências com o que aprendeu no curso normal, ela se formou em Ciências Químicas em 2004. “Minha aula mudou, comecei a buscar a ligação entre o conteúdo do curso e a realidade dos meninos. Ficou mais interessante para eles e para mim.”

A lição que Neuseny aprendeu precisa agora ser ensinada a muitas faculdades. Os cursos de Pedagogia são criticados por dar ênfase à teoria em prejuízo da prática. “Esses cursos formam pensadores da educação, não professores”, diz Ryon Braga, consultor em educação. É comum que os graduandos fiquem íntimos das teorias de Jean Piaget e do brasileiro Paulo Freire, propositores de métodos para formação de crianças e adolescentes, mas cheguem à escola sem saber como recuperar um aluno que, na 4a série, ainda não aprendeu a ler.

Foi investindo na prática que a cidade de Boston ganhou o Grande Prêmio para Educação Urbana 2006, um dos mais importantes da área nos Estados Unidos. A cidade criou um curso inspirado na residência médica, que dura 13 meses. Os recém-formados observam um professor experiente nas melhores escolas da cidade. Depois dão aulas, com supervisão. Seus orientadores são contratados apenas para isso e acompanham no máximo 14 residentes por vez. No Brasil, o estágio costuma ser feito com as outras disciplinas da faculdade, e os orientadores supervisionam mais de 30 formandos ao mesmo tempo.

O Brasil enfrenta ainda o problema da formação em lugares de difícil acesso, onde não há universidades. Para esse problema, o governo aposta no ensino a distância. O MEC montou um programa chamado Universidade Aberta do Brasil (UAB), cujas primeiras turmas começaram a ter aulas no segundo semestre do ano passado. Universidades e centros federais de educação são responsáveis pela formulação dos cursos. Cabe aos governos municipais montar pólos presenciais, onde o aluno encontra computadores, biblioteca, laboratórios e tutores para realizar algumas atividades. Hoje, 291 cidades contam com pólos, e o MEC prevê a abertura de mais de 271 até o fim do ano.
Mas há suspeitas sobre a qualidade da formação que o professor vai receber. Como ele não assiste presencialmente às aulas, o curso precisa de um sistema para monitorar se ele leu os textos e participou das discussões. Também é fundamental que os encontros sejam bem aproveitados. E isso não é garantido. Para Vani Kenski, diretora da Associação Brasileira de Educação a Distância, a qualidade do programa pode ser prejudicada devido ao salário dos tutores. O governo paga R$ 500 por mês para os únicos profissionais com quem o aluno se encontra. “É difícil imaginar que quem aceita ganhar esse salário tenha uma formação de qualidade”, diz Vani.

2. Manter os professores atualizados
A maioria dos cursos de formação continuada para professores é programada para o fim de semana, quando a vontade de se aprimorar compete com o cansaço. Foi o caso da professora da 4ª série Ires Alves Feitosa. No último curso que fez, em 2004, aprendeu uma técnica que aplica toda aula. Lê uma história e, depois, pede para a turma contar com outras palavras. “Em seis meses, estão escrevendo histórias sozinhos”, diz. Apesar do bom resultado do curso, ela nunca mais estudou. Trabalhando em duas escolas, Ires dá aula de manhã e à tarde. À noite, tem reunião de planejamento. “Saio de casa às 6h30 e chego às s 21 horas. No fim de semana, preparo as atividades, corrijo trabalhos e preciso descansar.”
Reservar um tempo de aperfeiçoamento dentro das horas de trabalho tem apresentado bons resultados no Japão. A prática é considerada pela Unesco como modelo de formação de professores. Eles são observados pelos colegas, que apontam as boas práticas e o que pode ser melhorado. Em encontros periódicos, usam a experiência para desenvolver novos modelos de aula. Toda discussão é registrada e pode ser vendida em livrarias. Quando outro professor quiser desenvolver projeto semelhante, consulta o livro e conserta as falhas.

3. Remunerar de forma motivadora
Ao invés de atrair os talentos, o Brasil os espanta das escolas. Foi o que aconteceu com Adriana Lindaura de Souza Rocha, 2ª colocada no vestibular da Universidade Federal de Pernambuco. Ela largou a licenciatura em Química no primeiro ano depois de conhecer colegas que trabalham em dois turnos e visitar escolas onde falta material de aula. “Descobri que ser professora é fazer trabalho de militância”, afirma. “Não é a minha.” Adriana passou no vestibular para Direito. Pretende, depois de formada, ser professora universitária.

O Estado que perdeu a futura professora é o que pior paga à categoria, segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e o Inep. O salário inicial para professores com ensino superior em Pernambuco é de R$ 599 para 30 horas semanais. Menos de R$ 5 por hora. Desde abril do ano passado, um projeto de lei federal que poderia ter feito Adriana mudar de idéia aguarda votação no Congresso. O projeto cria o primeiro piso salarial para os professores, de R$ 950 para 40 horas semanais.

O piso é fundamental para garantir que professores possam sobreviver trabalhando em apenas uma escola. Mas é apenas o primeiro passo. Na maioria das redes, o salário hoje progride de acordo com o tempo de serviço. É um sistema que iguala os esforçados aos acomodados. É preciso criar um plano de carreira que estimule os professores mais dedicados e com maior qualificação. “O profissional pode ter ótima formação, mas, se estiver frustrado, são poucas as chances de que vá dar uma boa aula”, afirma Romualdo Portela, pesquisador de política educacional na Universidade de São Paulo.

Estados como Minas Gerais começam a testar novos planos de carreira. Os professores contratados a partir de 2007 progridem de acordo com seu desempenho e formação. As escolas fazem uma avaliação individual de cada professor levando em conta fatores como sua assiduidade e a progressão das notas de sua turma. Se o professor tiver avaliação abaixo de 60% por dois anos consecutivos, o governo diz que abrirá um processo de exoneração. O plano é bom. Mas enfrenta resistência do sindicato. Os professores afirmam que o próprio Estado não lhes dá condições mínimas de trabalho para cumprir as exigências do plano. “As escolas aqui ainda usam mimeógrafo. Temos salas superlotadas. Falta até giz”, diz Antonio Braz, diretor do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais. “Para o governo fica fácil jogar a responsabilidade nas costas do professor.”

4. Cobrar resultados e avaliar o desempenho
Responsabilizar os professores pelo aprendizado de seus alunos é a aposta da política adotada pelos Estados Unidos. Desde 2002, quando a lei No Child Left Behind (Nenhuma Criança Deixada para Trás) foi aprovada, Estados e municípios americanos criam meios de cobrar seus professores. O sistema funcionou em alguns Estados, mas em outros gerou novos problemas. Segundo Richard Ingersoll, professor de Sociologia e Educação na Universidade da Pensilvânia, os Estados que exageraram na cobrança e não deram as condições de trabalho necessárias para a mudança tiveram uma alta nos pedidos de demissão e transferência entre os professores mais qualificados.
Ingersoll defende autonomia para o profissional tomar as decisões quando ele é cobrado pelos resultados. “Não é justo exigir que os alunos aprendam certos conteúdos se o professor não tem liberdade para definir o currículo de sua aula. Nem que mantenha 40 adolescentes em silêncio, se eles sabem que ele não tem autoridade para puni-los”, afirma. No Brasil, o quadro não é diferente. “Nossos professores viraram executores. Recebem o material didático pronto e aplicam”, diz a pedagoga Célia Giglio, coordenadora do curso de Pedagogia no campus de Guarulhos da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

A solução para o problema, segundo Célia, é dar autonomia para o professor propor suas idéias e criar um tempo dentro de sua grade horária para que ele possa elaborá-las. Com esse espaço garantido, aí é hora de cobrar pelo bom andamento de seu trabalho. Célia implantou esse sistema, como diretora da escola estadual Condessa Filomena Matarazzo, na periferia de São Paulo, por 13 anos. Havia reuniões bimestrais nas quais os professores tinham de apresentar o desempenho de seus alunos e propor intervenções. Segundo ela, nas primeiras reuniões, os professores se desviavam. “Comentários sobre o sono em aula, pais que estão se separando e até a roupa rasgada do adolescente serviam de justificativa para o baixo desempenho dos alunos.” Célia então passou a convidar os próprios alunos para as reuniões. Aí o tom da discussão mudou. “Em uma reunião, os estudantes revelaram que a professora havia passado as respostas da prova na lousa”, diz Célia. “Ela fez isso porque havia faltado muito naqueles meses e não teve tempo de passar o conteúdo.”

Hoje, o Brasil já tem muitas avaliações de desempenho do aluno. E como avaliar o trabalho do professor? Nos EUA, o modelo mais completo é o de Sanders, da Universidade da Carolina do Norte. Ele projetou um desempenho-padrão para cada aluno, a partir de seu histórico de notas. Para calcular a contribuição do professor, ele compara a nota de cada aluno ao padrão que se esperaria dele. Se, na mesma sala, muitos tiverem desempenho melhor que o esperado, o professor fez um bom trabalho. Se muitos apresentarem queda, o professor falhou. Mas o sistema de Sanders é caro e, mesmo nos EUA, são poucos os Estados que podem pagar sua consultoria. No Brasil, poucas redes têm um sistema de avaliação docente. O Estado de São Paulo está desenvolvendo um para avaliar a equipe escolar. Ele vai premiar todos os funcionários da escola, de acordo com o desempenho dos alunos. O mérito do plano é estimular o trabalho em equipe. Mas é mais um plano que enfrenta resistência do sindicato – porque a avaliação serve para distribuir bônus e não tem relação com o plano de carreira.

Construir novos planos de educação em aliança com os sindicatos é um dos maiores desafios dos gestores de educação no Brasil. “Ninguém melhora educação por decreto, para chegar à escola precisa de consenso com quem está nela”, afirma Mozart Ramos, presidente do Todos pela Educação, movimento de entidades empresariais pela melhora do ensino no país. Para o consultor em educação espanhol Miguel Arroyo, os planos de avaliação e cobrança devem ser feitos com cuidado para não partir de um falso pressuposto: que o problema da educação é falta de empenho dos professores.

“Então dar aula para 45 alunos em três turnos por dia não é esforço?” Entre os especialistas há discordância sobre qual a melhor maneira de formar, remunerar e cobrar o professor. Mas todos concordam em um ponto: ele não pode ser tratado como o inimigo. “Nenhum sistema de ensino consegue bons resultados se não respeitar os profissionais que estão na sala de aula”, diz Ingersoll. Ele lembra que o professor não é como qualquer outro profissional. “A sua satisfação não é ficar rico ou ter poder, mas construir uma carreira com impacto positivo sobre a comunidade”, afirma. “Os professores são os primeiros a querer bons resultados.”

11.04.2008 Revista Época

terça-feira, 13 de maio de 2008

Trabalhadores em Educação Estadual decretam greve por tempo indeterminado

Os trabalhadores em educação do Piauí entram em greve a partir da próxima quinta-feira, dia 15 de maio. Nesse mesmo dia eles realizam manifestação, às 10 horas, em frente ao Palácio de Karnak, na tentativa de pressionar o governo para as negociações e fazer a sensibilização para que mude o valor da proposta de aumento salarial que hoje é de 5,5%.

A presidenta do SINTE-PI, Odeni Silva disse que a proposta apresentada pelo governo é humilhante e uma afronta aos trabalhadores em educação e, foi por isso que deliberamos greve por tempo indeterminado. “Todos nós sabemos que a arrecadação do Estado aumentou em mais de 21% e, o mais grave é que o governo não faz o repasse garantido pela Constituição para a Educação de 30%” Completou Odeni.

A direção do SINTE-PI comunica a toda comunidade escolar que os motivos que levaram a greve foi a necessidade de melhores condições de trabalho e mais estrutura de ensino para os alunos. É por isso que solicita o apoio de todos para juntos cobrarem do Governo mais respeito com a educação que é um direito de todos e dever do Estado.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Piso Salarial Nacional segue, enfim, para o Senado

Por: CNTE
Data de Publicação: 8 de maio de 2008
Depois de um ano em tramitação na Câmara dos Deputados, o Projeto de Lei que cria o Piso Salarial Profissional Nacional do magistério foi aprovado por unanimidade na manhã desta quarta-feira (7), pelos membros da comissão de Constituição, Justiça e de Cidadania (CCJ), e agora segue para o Senado Federal. A unanimidade assegurou o caráter terminativo nas Comissões sendo, assim, dispensável o exame pelo Plenário da Câmara.

Durante a sessão, foi aprovada a emenda que dá paridade a aposentados e pensionistas. O deputado Cezar Schirmer (PMDB/RS), relator do projeto na CCJ, acatou a emenda saneadora do deputado Flávio Dino (PC do B/MA), que obteve anuência do deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB/SP) e das bancadas do Governo e das oposições. Agora a matéria permanece cinco sessões na Câmara e se não houver nenhum recurso volta à Comissão de Constituição e Justiça para redação final, de onde seguirá para o Senado para votação na Comissão de Educação.

O Projeto de Lei do Piso (PL 7.431/06, apenso o PL 619/07), estabelece o valor mínimo de R$ 950 para os professores habilitados com nível médio da rede pública de ensino em todo o país; em um regime de 40 horas semanais (28 horas para regência de classe e 12 horas-atividade). Está prevista no projeto, a complementação da União para os entes federados que não atingirem o valor de piso nacional.

Diretores da CNTE acompanharam os trabalhos da Comissão pela manhã, comemoraram a aprovação por unanimidade do Projeto de Lei. Segundo Juçara Vieira, diretora de Finanças da entidade, "vamos continuar mobilizados e pedir agilidade aos senadores pela aprovação do Piso".

Se depender do Presidente da Comissão de Educação e Cultura do Senado, senador Cristovam Buarque (PDT/DF), a aprovação do Piso Salarial naquela Casa será rápida. Ele se comprometeu a agilizar a aprovação em reunião com uma comissão da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), liderada pelo presidente a entidade, Roberto Franklin Leão, no dia 13 de fevereiro deste ano.

O Piso Salarial Profissional Nacional (PSPN) mais do que uma bandeira, é uma necessidade de todos os trabalhadores em educação do país, uma vez que o Brasil vive o disparate de praticar em todo o território nacional cinco mil diferentes Pisos Salariais para os profissionais em educação. O valor estipulado varia de município para município e a distância entre um e outro pode passar de 400%. Em Pernambuco, por exemplo, um profissional com licenciatura plena recebe R$ 315,00 de piso. No Acre, esse valor alcança R$ 1.400,00.

CORREÇÃO DE DISPARIDADES
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Maranhão (Sinproesemma), Odair José, avaliou ser uma medida extremamente avançada a fixação de um piso nacional para a categoria. “No Maranhão, ela vai corrigir disparidades especialmente na reumuneração dos professores da rede municipal, cujos valores ainda estão abaixo da média do país”, informa. “Quanto à paridade com os inativos, é muito importante como prevenção e garantia de que o direito não será perdido em função de alterações nas leis estaduais e municipais. Estando no texto da Constituição, sua continuidade é certa”.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

inte acusa secretário de proibir reunião da categoria nas escolas

07/05/2008 16h00

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foto: Acessepiauí
Correia diz que Seduc quer prejudicar mobilização

Da Redação

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinte) denuncia que o secretário de educação, Antônio José Medeiros, encaminhou ofício às escolas estaduais proibindo reunião de dirigentes sindicais com os trabalhadores nas escolas.

João Correia, secretário de comunicação do Sinte, classifica a atitude de "autoritária". "O ofício alega que as reuniões atrapalham o bom andamento do ensino e aprendizagem dos alunos e mais, ameaça que quem participar terá o ponto cortado", expõe.

A entidade vem fazendo mobilizações para uma assembléia marcada para a próxima segunda-feira (12). Por considerar a proposta de aumento de 5,5% nos vencimentos dos trabalhadores em educação insatisfatória, o sindicato vai discutir a possibilidade de uma paralisação da categoria. "E ele viu que estamos em campo preparando a categoria para a greve", ressalta Correia, analisando a intenção do documento enviado pelo secretário.

José Barros Sobrinho, Superintendente Institucional de Ensino da Seduc, justifica que o documento proíbe que os docentes se reúnam em horário de aula, mas deixa livre o debate nos intervalos ou no final do expediente das escolas. “Aconteceram reuniões dentro de escolas que paralisaram as aulas. É inconcebível que os estudantes sejam prejudicados por causa disso”, afirma.

Confira o ofício da Secretaria Estadual de Educação:

Ofício GSE CIRCULAR Nº 005 /2008
Teresina(PI), 06 de maio de 2008.

Aos
Diretores de Unidade Escolares

Senhor(a) Diretor(a),

Visando à melhoria do processo de ensino-aprendizagem e o bom funcionamento das escolas da rede estadual de ensino, as seguintes recomendações são de fundamental importância:

  • A escola não poderá ser utilizada, no horário das aulas, para outros fins, que não atividades pedagógico-curriculares;
  • Todo e qualquer servidor que se ausentar da sala de aula, para participar de outras atividades que não sejam pedagógico-curriculares, terá seu ponto cortado;
  • Os diretores de escolas, no exercício de suas funções administrativas, não poderão dispensar os alunos de suas atividades pedagógicas, no horário das aulas.

Atenciosamente,

Antonio José Castelo Branco Medeiros
Secretário da Educação e Cultura

sábado, 3 de maio de 2008

GOVERNO DEIXOU DE APLICAR MAIS DE 168 MILHÕES NA EDUCAÇÃO

O Plano de Cargos e Salários dos servidores da educação assegura a revisão anual de sua remuneração. Desta forma, o Governo Estadual divulgou, no dia 23 de abril de 2008, a proposta de “aumento” salarial aos professores da educação. Foi estabelecido o percentual irrisório de 5,5%, o que implica, o “significativo” aumento de R$ 5,50 na gratificação de regência dos professores.

O Governo afirma não haver recursos suficientes para fixar um percentual maior de aumento salarial. Contudo, é notória a não aplicação na manutenção e desenvolvimento do ensino de todo o recurso a ela destinado.

A Constituição Estadual do Piauí estabelece que “o Estado e seus Municípios aplicarão, anualmente, 30% (trinta por cento), no mínimo, da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino” (art. 223).

Todavia, o Governo Estadual insiste em desrespeitar o que determina a Constituição Estadual. No ano de 2006, aplicou apenas 25,26% da receita resultante de impostos na manutenção e desenvolvimento do ensino. Em 2007, o percentual aplicado correspondeu a apenas 27,82%.

O não-cumprimento do disposto na norma estadual nos anos acima relacionados gerou uma perda de R$ 168.111.992,57 (cento e sessenta e oito milhões cento e onze mil novecentos e noventa e dois reais e cinqüenta e sete centavos)

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB também assegura a aplicação dos percentuais estabelecidos nas Constituições dos Estados na manutenção e desenvolvimento do ensino público (art.69, caput). Estabelece, ainda, a referida lei, que “o atraso da liberação sujeitará os recursos à correção monetária e à responsabilização civil e criminal das autoridades competentes” (art. 69, § 6º).

Ressalta-se que o SINTE investigará, ainda, se as despesas realizadas com os recursos destinados à manutenção e desenvolvimento do ensino estão sendo aplicadas conforme estabelece a LDB, que, no artigo 71, VI, proíbe o pagamento de pessoal docente e demais trabalhadores da educação em desvio de função (ex: disposições) ou em atividade alheia à manutenção e desenvolvimento do ensino.

Diante de todas as irregularidades acima explanadas, o SINTE entrará com representação junto ao Ministério Público para que o Estado seja obrigado a cumprir o disposto na Constituição Estadual e na LDB.

É por essa falta de compromisso com a educação que o SINTE-PI convoca todos os trabalhadores em educação para participar ativamente da campanha salarial. Vamos exigir respeito e cobrar salário digno e mais valorização profissional. A educação exige reajuste de verdade e não essa proposta indecente de 5,5%. Todos à luta!!!