O belíssimo conjunto arquitetônico da obra realçou a bela manifestação de trabalhadores, que ocupou diferentes espaços da gigantesca ponte. No final da manifestação, a multidão se concentrou no centro da ponte para o ato político, com a presença de presidentes e representantes das centrais sindicias. O primeiro a se manifestar foi o presidente da CTB, Wagner Gomes. Ele saudou os trabalhadores, ressaltou as bandeiras unitárias das centrais — redução da jornada de trabalho sem redução de salário e ratificação das convenções 151 e 158 da OIT — e prestou solidariedade ao presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, que vem sofrendo um cerco da mídia num momento em que o movimento sindical desenvolve ações conjuntas e garante importantes conquistas para os trabalhadores. Práticas anti-sindicais A intervenção do presidente da CTB deu o tom do ato político. Os demais representes das centrais intervieram saudando a disposição de luta dos trabalhadores e reforçando a solidariedade ao Paulinho. Os trabalhadores, sempre atentos ao discursos, aplaudiam e manifestavam concordância com as intervenções. “Estamos lutando por nossos direitos e por isso os patrões estão acusando o Paulinho”, disse Odemir Nascimento, operário da construção civil. Outros que estavam à sua volta, quando perguntados se concordavam com aquele diagnóstico disseram que sim. Mal terminou o ato na ponte Octávio Frias de Oliveira, outra manifestação começava na Praça Ramos de Azevedo, centro da cidade. Após um rápido ato político nas escadarias do teatro municipal, a manifestação dirigiu-se à porta da loja C&A, uma das empresas que mais exploram os trabalhadores que mais têm práticas anti-sindicais, ao lado da Wal-Mart — segundo o presidente da UGT e dos Sindicato dos Comerciários de São Paulo, Ricardo Patah. Pela CTB, falou o vice-presidente, Nivaldo Santana. Grito de alerta Segundo ele, o dia 28 de maio traçou os rumos estratégicos do sindicalismo brasileiro. “A unidade das centrais constitui uma questão de fundamental importância para avançar nas conquistas e assegurar os direitos dos trabalhadores”, disse ele. “Esta campanha passa pela mobilização dos sindicatos, pelos milhões de trabalhadores que assinaram o abaixo-assinado em apoio à campanha pela redução da jornada sem redução de salário, e serve de alerta para o Congresso de que se estas medidas não forem apriovadas outras formas de lutas mais radicalizadas podem ser adotadas”, afirmou. Segundo Nivaldo Santana, os trabalhadores deixaram um grito de alerta de que querem o desenvolvimento do país com valorização do trabalho. “Hoje, a voz das ruas, das fábricas e do campo mostrou que os trabalhadores estão unidos e deram uma demonstração histórica de que não abrem mãos de lutar por um futuro do país com mais dignidade e justiça social”, destacou. Para o vice-presidente da CTB, a redução da jornada de trabalho tem de estar na agenda de todos os sindicatos. No começo da tarde, os trabalhadores fecharam totalmente o terminal de ônibus Parque Dom Pedro II, no centro de São Paulo. Também no ABC paulista a CUT mobilizou milhares em passeatas e realizou uma assembléia conjunta no pátio da Ford. Segundo os organizadores da manifestação, 25 mil trabalhadores se reuniram na região do Grande ABC. Dia histórico Uma semana de panfletagem na porta das fábricas precedeu as mobilizações. O presidente nacional da CUT, Artur Henrique, destacou o papel solidário dos metalúrgicos do ABC, que em sua maioria já cumprem jornada de 40 horas semanais ou menos e que também já têm em suas convenções coletivas mecanismos semelhantes à Convenção 158 contra as demissões sem justa causa. Wagner Gomes avaliou as manifestações como altamente positivas. “Esta data entrou para a história da luta dos trabalhadores brasileiros como um dia histórico”, disse ele. Para o presidente da CTB, a construção da unidade das centrais deu mais um importante passo e mostrou que o movimento sindical, quando atua unido, mostra o seu vigor. “Em todas as manifestações, predominou o espírito unitário e a vontade de avançar ainda mais nesta nova etapa de lutas e conquistas dos trabalhadores”, ressaltou.
|
quarta-feira, 28 de maio de 2008
CTB participa de grandes manifestações unitárias na cidade de São Paulo
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário